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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Inclusão digital e exclusão social

(postagem para o trabalho de SIC - a influência das redes sociais)

Quantos amigos você tem no Facebook e quantos já teve no esquecido Orkut? Quantos seguidores tem no twitter, quantos contatos tem no MSN?

Ah, esses são ótimos números. Não são?

Agora vamos contar novamente.

Quantos desses amigos você tem encontrado cara a cara, feito um programa? Quantos se lembraram do seu aniversário sem ter precisado de um lembrete virtual? Quantos você sequer sabe quem são na vida real?
Bem-vindo à internet.

Na vida real vivemos em uma sociedade que dita os padrões das ideias, das formas de agir. O milagre da internet nos permitiu adentrar um mundo onde podemos expor nossas ideias onde, sim, haverá quem discorde, mas temos a liberdade de encontrar grupos e pessoas fisicamente distantes com quem podemos compartilhar gostos. Nós nos fascinamos. Nos fascinamos com a facilidade, com a vastidão de possibilidades, com o fluxo constante e ininterrompível de informações e com o mundo de lazer e conteúdo tecnicamente imprestável para a evolução do bendito ser humano.

E temos as redes sociais.

Os mais antigos, precedentes à era digital, se perguntam o que diabos há de tão bom nessa telinha, o que pode haver de tão divertido para nos prender sentados por horas.

Você já pensou em se olhar de fora e se perguntar por quê?

Por que essas pessoas saíam e viviam em sua época, na nossa idade. Elas não tinham celulares ou internet para peneirar por elas suas ideias e vontades. Cara a cara, elas conversavam, discutiam, elogiavam, convidavam, pediam em namoro, terminavam, choravam no ombro do amigo.

Cara a cara.
 Você tá fazendo errado, meu filho.

O que há de tão importante em atualizar a página a cada cinco minutos em busca de novidades? De likes?

Por que nos preocupamos em saber através da internet o que as outras pessoas pensam sobre nós? Nunca nos expomos total e genuinamente nas redes, nossos sentimentos. Nós nos escondemos sob perfis meticulosamente preenchidos com apenas o que NÓS queremos expor de nós mesmos. Um único perfil na internet nunca vai descrever um ser humanos como um todo - muito menos um comentário numa wall ou um like numa foto.

Não é muito melhor viver e curtir momentos com amigos do que ficar discutindo por comentários se as tags devem ou não serem retiradas? Não é muito melhor, em vez disso, sair e viver mais desses momentos, sem divagar se eles devem ser registrados na sua página?

A verdade, caro internauta, é que nossa geração está deslocando todo o seu entretenimento, comunicação e rotina na tecnologia. Mesmo crianças hoje preferem ganhar Tablets e iPhones a estarem armadas de brinquedos e imaginação. A chamada inclusão digital nos incluiu de vez na internet, excluindo gradualmente o que nós sabíamos sobre ter uma vida social na vida real.
E até nos tocarmos disso, só vamos reconhecer os rostos uns dos outros por fotos cheias de filtros, convenientemente manipuladas.
Vá em frente, curta isso.
 By Naomi :)


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